Acessibilidade

História da Cidade

História da Cidade

Gado no município de Itauçu (GO) – 1957

Quando o bandeirante Manuel Correia fez as primeiras penetrações nessas terras, o local onde nasceria o povoado de Catingueiro Grande era passagem de viajantes desde 1647. Em 1682, quando o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o pai, organizou uma Bandeira rumo ao sertão brasileiro, com seu filho de 12 anos de idade, rompeu mato adentro, penetrando no interior, onde encontrou indígenas Goyazes. Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, refez a expedição do pai cerca de 40 anos depois, mais precisamente em 1722. O Anhanguera, como ficou conhecido nacionalmente, conseguiu encontrar e explorar ouro pelas margens do Rio Vermelho, em 1725. O caminho ligava a sede da capitania de Goiás ao sul do país. 

Estação rodoviária : Itauçu, GO – 1983

No início do século XIX, intensificou-se a passagem de viajantes por essa região fértil e dotada de boas pastagens, além de bem servida por cursos d’água, e tornou-se ponto obrigatório e base de estacionamento de tropeiros e boiadas em trânsito entre o sul e o centro do Estado. 

Em meio a esses viajantes, o Coronel Ernesto Babtista de Magalhães, de passagem pelo local em 18 de fevereiro 1911, ficou maravilhado com a exuberância da vegetação local e resolveu então ficar por aqui; logo, adquiriu uma propriedade. Regressou a Minas Gerais, ao distrito de Roças Novas, somente para buscar a família e retornou a Goiás ainda no mesmo ano, em 21 de novembro. Até 15 de dezembro, o coronel já havia comprado outras glebas de terras, formando um só imóvel; o local no qual levantou um rancho para sua moradia, em maio de 1912, ao lado do curral feito de varas em pé e um pasto denso, há tempos já existiam e serviam para fechar os animais dos viajantes. Na mesma área, nos dias atuais, acha-se instalada a casa de propriedade do Sr. Jose Netto do Prado, à margem direita da Rodovia GO-070, no km 60. 

Em sua passagem por São Paulo, o Coronel Ernesto Babtista de Magalhães, fascinado com que viu, falou das belezas dessas terras e encorajou o casal paulista, Sr. Antônio Albino e dona Alzira Clemente da Conceição, a também se mudar para essas paragens.  Tão logo os dois se estabeleceram no local, como eram muito religiosos, construíram ainda no ano de 1913 a primeira capela, porém bastante primitiva com tamanho de 05 metros de fundo por 04 de frente, sob a invocação de Nossa Senhora da Abadia. Tal fato contribuiu muito para a origem do povoado, pois atraiu um grande número de fiéis que, motivados pela fé, começaram a construir seus ranchos próximos à capela para facilitar o culto ao qual eram devotos. 

Vendo o crescente número de construções nos arredores da pequena igreja, o casal, profundamente entusiasmados com o desenvolvimento de sua ideia religiosa, fez de bom grado a primeira doação para se construir o chamado patrimônio. Em 02 de dezembro de 1914, eles doaram uma área de dois alqueires (9,6800 hectares) de terras, tornando-se assim os fundadores do que seria mais tarde o município e comarca de Itauçu. 

O nome para o povoado surgiu em razão do imenso descampado, onde já havia sido desmatado para formação de pastagens dos animais dos viajantes, formado em capim do mesmo nome e com grande presença de veados-catingueiros. Assim, cravaram então o nome e o povoado então passou a se denominar Catingueiro Grande.

O povoado de Catingueiro Grande durou até 31 de dezembro de 1936. Quando pela divisão administrativa do estado, a partir de 01/01/1937, o povoado foi elevado à condição de distrito, passando, portanto, a se denominar Cruzeiro do Sul, devido à fácil localização, em seu céu azul límpido da constelação do mesmo nome.  Integrou-se, na ocasião, ao município de Itaberaí.

Através do Decreto-Lei nº 8305, de 31/12/1943, enfim recebeu o nome de Itauçu, cuja escolha do nome, a qual tinha a missão de começar com “ita” em homenagem a Itaberaí, entrava noite a fora, em interminável e irresoluta discussão, quando Bernardo de Oliveira Lobo, sentenciou: “O nome será mesmo Itauçu!” No entanto, há muita controvérsia quanto ao seu significado. Em Tupi Guarani quer dizer “pedra grande”, mas outras interpretações traduzem como “pedra dura” e também, mais ao pé da letra, “grande pedra preta”. Essa última possibilidade se fundamenta no fato de “itá” significar pedra, “u” preto/negro e “uçu” grande.

Prefeitura Municipal : Itauçu, GO – 1983

Por meio da Lei nº 175 de 11/10/1948, houve a emancipação política de Itauçu e a instalação do município aconteceu em 01/01/1949.

Com isso, o novo Município em 01/01/1949 passou a fazer parte da comarca de Inhumas até 10/05/1953, quando por via da Lei nº 702 de 14/11/1952 passou à condição de comarca. 

O doce e afável gentílico para quem nasce em Itauçu: Itauçuense.

Fonte: RAMÓN PERES DE FREITAS – HISTORIADOR

 

 

 
Pular para o conteúdo